A revisão da projeção da inflação anunciada nesta terça-feira (17) pelo governo deve fazer com que o salário mínimo em 2021 seja de R$1.088, ou seja, R$ 23 a mais que o valor atual.

O Ministério da Economia, em agosto, divulgou uma previsão orçamentária na qual previa que o piso nacional recebesse reajuste de 2,09% equivalente à projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Com isso, o salário mínimo subiria de R$ 1.045 para R$ 1.087,84.

O novo cálculo deve ser contemplado pelas leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do Orçamento Anual, que ainda não foram votadas no Congresso Nacional.

Com apenas a inflação reposta pelo reajuste, o trabalhador ainda não terá alta real do salário mínimo em 2021. Desde 2019, o governo tem buscado manter o reajuste do salário mínimo indexado apenas pela inflação, como determina a Constituição. A medida é uma forma de evitar o aumento do gasto público e da inflação.

A alta acima do previsto no Orçamento significa mais gastos para os cofres públicos, devido aos benefícios serem baseados no salário mínimo, como a aposentadoria. Segundo cálculos, a cada R$1 de aumento, há um crescimento de R$ 355 milhões nos gastos do governo. Ou seja, com o salário mínimo R$21 maior, o governo deve ter um custo extra de R$7,4 bilhões.