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Foto: Divulgação/Rafael Vieira |
O encontro ocorreu na sede da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e contou com a participação do reitor Alfredo Gomes (UFPE), da reitora Maria José Sena (UFRPE), do reitor Télio Nobre Leite (Univasf) e do reitor Airon Aparecido Silva de Melo (Ufape). Todos reforçaram a urgência da recomposição orçamentária para evitar o comprometimento das atividades acadêmicas e administrativas.
Segundo o reitor Alfredo Gomes, a UFPE opera atualmente com um orçamento reduzido em relação ao ano anterior, em um regime de execução orçamentária mensal baseado em 1/18 avos. “Isso é absolutamente inviável para honrar contratos e compromissos da universidade mês a mês”, alertou.
Ele explicou que, dos R$ 8 milhões perdidos no orçamento da UFPE para 2025, R$ 2,1 milhões referem-se à assistência estudantil e R$ 4,6 milhões a contratos de funcionamento. Projeções indicam que, corrigido pela inflação, o orçamento da universidade deveria ser de R$ 395 milhões — mas o valor atual é de apenas R$ 170 milhões.
A UFPE tem cerca de 42 mil estudantes distribuídos entre graduação e pós-graduação, com 13 centros acadêmicos localizados nos campi do Recife, Vitória de Santo Antão e Caruaru. A instituição mantém mais de 60 contratos de prestação de serviços, cujo custo mensal ultrapassa R$ 13 milhões — enquanto o orçamento disponível gira em torno de R$ 10 milhões.
A reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria José Sena, informou que a instituição já recebeu aviso de corte de energia e acumula uma dívida de R$ 7,7 milhões só em 2024. “Estamos devendo todos os contratos”, lamentou. Segundo ela, são necessários R$ 32 milhões para encerrar o ano e quitar os débitos atuais. “Se a situação persistir, em janeiro de 2026 não teremos como abrir as portas.”
O reitor da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Télio Nobre, revelou que a universidade reduziu em 35% os contratos com mão de obra e cortou 40% das demais despesas, mas isso ainda não é suficiente. “Temos recursos apenas até setembro. As universidades não vão fechar, mas a situação está se tornando insustentável.”
Já o reitor da Ufape, Airon Melo, foi enfático: “Depois de agosto, não aguentaremos mais”. Ele endossou o apelo por intervenção do Governo Federal, afirmando que os custos com contratos e contas básicas estão se tornando inviáveis.
Os reitores reforçaram que o movimento iniciado nesta terça-feira é um chamado urgente ao Ministério da Educação e ao Governo Federal. “Estamos aqui para dizer, de forma clara e unificada, que nossas universidades precisam de recomposição orçamentária imediata”, disse Alfredo Gomes.
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