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Foto: Divulgação |
De acordo com o projeto de lei nº 002/2025, o salário do prefeito Beto Sargento (PSDB) passará de R$ 12.500 para R$ 25 mil mensais — mais do que o dobro do valor anterior. O vice-prefeito Genivaldo da Trilha (PSDB) terá seu salário elevado de R$ 8.500 para R$ 12.500, enquanto os secretários municipais passarão a receber R7.500, um acréscimo de R$ 3 mil em relação ao valor anterior.
O novo salário do prefeito será superior ao recebido pelo gestor de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), que atualmente ganha R$ 22 mil, e igual ao do prefeito do Recife, João Campos (PSB). O aumento foi justificado no texto do projeto como uma forma de "alinhar-se aos princípios constitucionais e administrativos, corrigindo distorções na estrutura remuneratória dos agentes políticos do município e garantindo maior equilíbrio na remuneração do Executivo Municipal".
A decisão foi amplamente criticada por vereadores e moradores do município. Em entrevista ao repórter Wesley Santos, da TV Jornal Interior , a vereadora Danda de Val (PP) classificou o aumento como "inadmissível", questionando a coerência do reajuste diante das condições econômicas locais.
"Como é que um servidor não chega nem a receber um salário mínimo e o prefeito faz um projeto de lei recebendo um valor absurdo?", indagou a parlamentar. A crítica reflete a realidade do pequeno município, que possui pouco mais de 10 mil habitantes, segundo dados do último Censo do IBGE. Além disso, a cidade está enfrentando dificuldades financeiras, com repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) suspensos, principal fonte de receita local.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Belém de Maria não se pronunciou sobre o caso, mas o espaço segue aberto para esclarecimentos. No entanto, o texto do projeto argumenta que o aumento busca corrigir desequilíbrios salariais entre os agentes políticos do município, alinhando os valores aos praticados em outras cidades da região.
No último pleito, Beto Sargento foi eleito com 4.117 votos, correspondendo a 51,28% dos votos válidos. A aprovação do aumento salarial ocorre em um momento sensível para a população, que enfrenta desafios econômicos e depende de recursos limitados para manter serviços básicos.