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| Foto: Divulgação |
Nascido em 5 de agosto de 1806, em Sobral (CE), José Antônio Maria Ibiapina teve uma trajetória singular antes de se dedicar à vida religiosa. Formado em Direito, ele exerceu funções públicas de destaque, como juiz, delegado e deputado, chegando a presidir a Comissão de Justiça Criminal no Parlamento Nacional em 1834. Contudo, desiludido com as limitações do sistema judiciário, renunciou à carreira pública em 1850 para seguir sua vocação religiosa. Ordenado padre em 1853, Ibiapina tornou-se um símbolo de solidariedade durante a epidemia de cólera que devastou o Nordeste, sendo apelidado de “peregrino da caridade”.
Em 1860, ele fundou sua primeira Casa de Caridade em Gravatá do Ibiapina, distrito de Taquaritinga do Norte (PE). A instituição oferecia acolhimento, educação e assistência a moças órfãs e carentes, servindo de modelo para outras iniciativas semelhantes na região. Além das Casas de Caridade, Padre Ibiapina incentivou a construção de capelas, açudes e cemitérios, obras que permanecem como marcos de sua contribuição para o desenvolvimento comunitário.
Sua missão foi interrompida em 1875, quando sofreu uma paralisia que limitou suas atividades. Ele faleceu em 19 de fevereiro de 1883, aos 76 anos, deixando um exemplo de altruísmo e fé que continua vivo mais de um século após sua morte.
Avanço no processo de beatificação
O título de venerável, concedido pelo Vaticano, reconhece as virtudes heroicas de Padre Ibiapina e representa um passo fundamental rumo à beatificação. Para que ela ocorra, é necessário comprovar um milagre atribuído à intercessão do sacerdote. A decisão foi celebrada com entusiasmo no Nordeste, onde seu trabalho é lembrado com devoção pelas comunidades beneficiadas por suas iniciativas.
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