"Nós não nos importamos!" China rebate tarifas de Trump com nova taxação de 125% sobre produtos dos EUA

Foto: Divulgação
Em resposta à mais recente rodada de tarifas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a China anunciou nesta sexta-feira (11) uma tarifa retaliatória de 125% sobre todos os produtos americanos, acirrando ainda mais o já tenso conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A declaração mais contundente veio de Victor Zhikai Gao, vice-presidente do Center for China and Globalization, sediado em Pequim, que afirmou:

“Nós não nos importamos! A China existe há 5.000 anos. Na maior parte desse tempo, os EUA nem sequer existiam, e nós sobrevivemos.”

Ao ser questionado sobre a perda do mercado americano — que representa cerca de 15% do comércio exterior chinês — Gao respondeu com firmeza:

“Se os Estados Unidos querem intimidar a China, lidaremos com essa situação sem os EUA, e esperamos sobreviver por mais 5.000 anos.”

A escalada das tarifas ocorreu pouco depois de Trump aumentar os impostos sobre produtos chineses para 145%, medida que já teve impacto direto sobre os mercados financeiros internacionais, com os principais índices acionários registrando perdas expressivas desde o chamado “Dia da Libertação”, em 2 de abril.

Especialistas temem que as tarifas de Trump provoquem uma recessão global, mas o foco também se volta para possíveis desdobramentos geopolíticos, como uma movimentação mais agressiva de Pequim em relação a Taiwan.

“Se a China resistir a esse período difícil, certamente ganhará confiança para enfrentar sanções ocidentais em um eventual conflito no Estreito de Taiwan”, disse Zhiqun Zhu, professor de relações internacionais da Bucknell University, na Pensilvânia.

Apesar de os EUA não reconhecerem oficialmente Taiwan como um país independente, Washington mantém o compromisso de fornecer armamentos para a defesa da ilha.

Enquanto isso, líderes da União Europeia planejam uma visita a Pequim para uma cúpula com o presidente Xi Jinping, prevista para o final de julho. A iniciativa surge após o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defender laços mais estreitos entre a Europa e a China, qualificando Pequim como “um parceiro da União Europeia”.

Com a crescente tensão geopolítica e a instabilidade nos mercados tradicionais, o Bitcoin tem se destacado como uma reserva de valor, mantendo estabilidade enquanto ações despencam.

Uma possível desvalorização do yuan, caso seja promovida pelo Banco Popular da China, poderá impulsionar ainda mais o fluxo de capital para o mercado cripto. Arthur Hayes, fundador da BitMEX, observou:

“Desvalorização do yuan = narrativa de que a fuga de capital chinês migrará para o Bitcoin. Isso funcionou em 2013, 2015 e pode funcionar em 2025.”

Com o aumento da liquidez global, fenômeno conhecido como “quantitative easing” (impressão de dinheiro), ativos como o Bitcoin e demais criptomoedas tendem a se valorizar. Ainda na sexta-feira, um alto funcionário do Federal Reserve declarou que a instituição está “pronta para estabilizar o mercado, se necessário”.

A resposta de Hayes resume o sentimento de alguns investidores diante do cenário:

“E isso é tudo, pessoal. Comprem tudo!”

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