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Foto: Divulgação |
Atualmente, o Sistema Jucazinho, que opera com uma vazão nominal de 970 litros por segundo (l/s), está funcionando com apenas 150 l/s — menos de 15% da capacidade original — e abastecendo exclusivamente o Tramo Norte. Estão diretamente afetadas as cidades de Surubim, Salgadinho, Casinhas, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério e Toritama, além de Cumaru, Passira e Riacho das Almas. Já os municípios de Bezerros e Gravatá, que recebiam reforço hídrico da barragem, agora dependem exclusivamente de fontes alternativas locais.
Além do baixo volume de água, uma falha na comporta submersa da barragem agravou ainda mais a crise. O equipamento, obsoleto e desmontado após anos submerso, perdeu completamente a funcionalidade no momento em que foi acionado. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) já iniciou os trabalhos de substituição da comporta, com previsão de conclusão até o fim de abril.
Enquanto isso, a companhia implantou uma estrutura emergencial de captação, que inclui duas balsas flutuantes conectadas a uma nova tomada de água ancorada na parede da barragem. Tubulações estão sendo instaladas para interligar o novo sistema, que ainda não entrou em operação por conta dos danos na comporta. Com o funcionamento da nova estrutura, a expectativa é aumentar a vazão para 400 l/s, permitindo uma retomada parcial do abastecimento nas cidades atendidas.
Por outro lado, Caruaru já não depende mais de Jucazinho após a conclusão da obra que interligou a Adutora do Agreste à de Jucazinho. A cidade passou a receber 400 l/s da Transposição do Rio São Francisco, o que possibilitou sua retirada do sistema, aliviando a pressão sobre o manancial em crise.
Gravatá, por sua vez, apresenta impacto reduzido: apenas 3% de sua população é abastecida por Jucazinho, especialmente em condomínios ao longo da BR-232. O município depende majoritariamente dos sistemas Amaraji, Brejinho, Vertentes e Clipper, o que garante o fornecimento regular de água para a maior parte dos moradores.
A Compesa segue apostando na conclusão das obras emergenciais e na chegada do período chuvoso como alternativas para a recuperação da Barragem de Jucazinho. Até lá, medidas de racionalização e reforço no uso de sistemas complementares continuam sendo adotadas para amenizar os impactos sobre a população.
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