Nesta última quarta-feira (6), uma audiência pública promovida pela Frente Parlamentar da Saúde Mental trouxe à tona uma questão preocupante: a necessidade de suporte psicológico para policiais e bombeiros, profissionais que enfrentam altos níveis de estresse e exposição à violência. A discussão foi liderada pelo deputado Joel da Harpa, coordenador da frente, que destacou o alarmante aumento de casos de transtornos psiquiátricos entre esses profissionais.
Dados de 2022 mostram que mais de 25% dos policiais militares de Pernambuco buscaram atendimento psiquiátrico. Esse número reflete uma realidade nacional igualmente grave. "No Brasil, pelo menos 43 policiais militares são afastados por dia devido a transtornos psiquiátricos. A pressão e a exposição constante à violência, sem apoio psicológico adequado, agravam o quadro", afirmou o deputado Joel da Harpa.
Durante a audiência, os participantes também abordaram a escassez de profissionais de saúde mental nas corporações, um problema que contribui para o esgotamento mental e a falta de acolhimento adequado para quem lida diariamente com situações extremas. Além disso, foi ressaltado o preconceito em torno da busca por apoio psicológico nesses ambientes. Muitos profissionais ainda evitam procurar ajuda por temerem ser vistos como “fracos” ou incapazes de desempenhar suas funções.
A Frente Parlamentar da Saúde Mental reforçou a importância de políticas públicas e ações institucionais que normalizem o cuidado psicológico para esses profissionais, promovendo ambientes de trabalho mais seguros e acolhedores. “O apoio mental é tão importante quanto o preparo físico para a execução das atividades, e deveria ser parte fundamental da estrutura das corporações de segurança pública”, defendeu um dos especialistas presentes.
A audiência resultou em propostas para um acompanhamento mais contínuo e especializado para os policiais e bombeiros, além de campanhas internas para reduzir o estigma relacionado ao tratamento de saúde mental.