Caruaru, PE – Agentes socioeducativos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) que atuam no Centro de Atendimento Socioeducativo (Casem) em Caruaru denunciaram nesta quarta-feira as péssimas condições de trabalho enfrentadas na unidade localizada no bairro Indianópolis. A denúncia surge após um princípio de rebelião ocorrido por volta da meia-noite de terça para quarta-feira.
Os agentes relataram que o incidente aumentou ainda mais o clima de insegurança e tensão na unidade, que abriga menores infratores em regime de semiliberdade. Segundo os profissionais, a situação de indisciplina entre os internos tem se agravado, tornando o ambiente de trabalho insustentável e perigoso.
Os agentes afirmam que estão correndo riscos de morte devido à falta de controle e disciplina na unidade. Eles alegam que já alertaram a direção sobre a gravidade da situação, mas não receberam a devida atenção ou ações efetivas para solucionar os problemas. “A direção não deu ouvido para a gente. Estamos trabalhando na maior tensão, os menores fazem o que querem e não há mais disciplina”, desabafou um dos agentes, que preferiu não se identificar.
A Funase, sediada no bairro José Carlos de Oliveira, é responsável pelo atendimento de menores infratores que cumprem medidas socioeducativas. O Casem, no bairro Indianópolis, é uma extensão da Funase e é destinado ao cumprimento de medidas em regime de semiliberdade. Além disso, a Funase administra outras unidades em Caruaru, como o Centro de Internação Provisória (Cenip), para menores em apreensões temporárias, e o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), para sentenciados em regime fechado.
Os problemas relatados pelos agentes socioeducativos no Casem de Caruaru não são inéditos e refletem uma crise crônica na gestão de unidades socioeducativas no estado de Pernambuco. A falta de infraestrutura adequada, a superlotação e a insuficiência de pessoal são questões recorrentes que comprometem a segurança tanto dos internos quanto dos profissionais.
Em nota, a Funase informou que está ciente das denúncias e que uma comissão interna foi designada para investigar os fatos e tomar as medidas cabíveis. No entanto, os agentes esperam ações concretas e imediatas para garantir a segurança e melhorar as condições de trabalho na unidade.