Em decisão proferida na última quarta-feira (18), o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) manteve em decisão unânime a prisão preventiva, do suspeito de comandar o esquema criminoso de comércio e porte ilegais de arma de fogo investigado pela Polícia Federal (PF), em meio à chamada Operação Zona Cinza.
De acordo com a decisão, o grupo existia há mais de três anos, atuando por meio da prestação de serviços ilegais, desde a manutenção e customização de armas por profissionais não autorizados pela Polícia Federal, até a obtenção de porte irregular, por meio da falsificação de documentos.
De acordo com a investigação, a sociedade criminosa atuava em Pernambuco, especialmente em Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe e em outras localidades do país em parceria com clubes de tiro, por meio de pessoas jurídicas comandadas pelo suspeito e estruturadas de modo que ele não aparecesse, formalmente, como principal sócio. Em uma delas, a mãe detinha 99% do capital social. Apenas uma dessas empresas teve sua receita aumentada de R$ 391.502,54, em 2018, para R$ 60.415.235,52, em 2021.
A desembargadora federal Joana Carolina, relatora do processo, destacou que o oferecimento da denúncia pelo MPF não significa que a investigação tenha se encerrado e todas as ramificações do grupo criminoso tenham sido descobertas. “Não se pode atestar que, em liberdade, o paciente não voltaria a delinquir, máxime à vista da elevada lucratividade propiciada pela atividade”, explicou a desembargadora federal.