É indiscutível, dificilmente teremos um cenário eleitoral fora da polarização que hoje é composta por Lula e Bolsonaro. É difícil pensar que um nome da terceira via consiga, faltando poucos meses para as eleições, se destacar a ponto de conseguir chegar a um eventual segundo turno.
Diante disto, o estreitamento do período que antecede as eleições já se desenha como sendo um dos mais tensos da história. É não estou falando apenas se conflitos familiares e de ciclo de amigos que acabam se dividindo devido às opções políticas. Por trás das eleições de 2022 existe algo mais profundo a qual nós devemos nos preocupar.
Insuflados pelas lideranças mais radicais em municípios e estados, muitas bases apoiadoras dos dois principais nomes que disputam as eleições este ano prometem partirem para cenários mais extremos dependendo do desfecho do pleito. O que significa dizer que há muita gente disposta a agir fora dos padrões da razoabilidade caso o seu candidato saia derrotado das eleições presidenciais.
Os Estados Unidos é considerado um dos – talvez o país mais desenvolvido do globo – porém isso não impediu que, em 2021, após a derrota de Trump para Joe Biden, um grupo de apoiadores do ex-presidente invadissem o Capitólio em uma tentativa de mantê-lo no poder. Na referida invasão, cinco pessoas morreram.
A pergunta que fica então é: o que está sendo feito para se evitar que algo parecido (leia-se pior) aconteça no Brasil?
Por Bruno Muniz