Desenvolver uma identidade musical ao mesmo tempo que se mantém as raízes culturais é uma missão para poucos. Em um mundo de novas perspectivas onde o tradicional se tornou dispensável até mesmo nos eventos e festivais mais propriamente culturais, levantar a bandeira da cultura nordestina em sua essência parece ser algo arriscado para qualquer artista que vise ter espaço e até se manter no mercado musical.
Este não parece ser um temor que conduz a vida do músico e instrumentista Fábio Xavier, de Santa Cruz do Capibaribe. Há anos Fábio fincou as suas raízes musicais no contexto criativo que reforça e evidencia a cultura nordestina na sua mais pura essência e diversidade. O cantor produz anualmente prezando sempre pelas composições próprias e não abandonou o estilo que a adotou inicialmente, mas passou a aperfeiçoá-lo.
É fácil dizer que Fábio Xavier não criou um personagem, mas incorporou na música uma versão sua que vive arte, seja das pinturas aos instrumentos que já estiveram presentes em suas apresentações e que rementem a sua versatilidade em estar presente em apresentações musicais que vão desde o forró ao rock.
O amadurecimento musical do artista vem ocorrendo de maneira gradativa há anos e no seu mais recente trabalho, “A Botija”, o músico trouxe para o seu público atual, composto inclusive por jovens, uma abordagem que remete-nos para épocas passadas de histórias contadas inclusive pelos nossos avós. Fábio não apenas compôs como dirigiu e roteirizou A Botija, reforçando assim a sua capacidade criativa de materializar o imaginário nordestino e nos fazer mergulhar num mundo de nostalgia.
A Botija é a prova musical de que é possível se reinventar e mesclar a cultura à elementos modernos sem abrir mão da tradição e da cultura. Que é possível renovar o corpo de artistas considerados tradicionais que escolhem se manter defendendo a boa musicalidade. Mesmo que para isso seja necessário ressuscitar temas passados e trazê-los para a realidade dos dias atuais.
Confira o clipe de “A Botija”:
Ficha Técnica
Direção/Roteiro/Composição: Fábio Xavier
Direção de Arte: Adelmo Teotônio
Elenco: Robinson Santos, João Lucas, Igor José, Jhon Queiroz, Tonyarte
Maquiagem: Lays Alves
Assessoria de Coreografia: Helder Vasconcelos
Músicos: Fábio Xavier (voz e violão), Clivandir (contrabaixo), Olegário Lucena (guitarra), Cariolando Souza (percussão), Henrique Gilmar (percussão e efeitos), Geninho (bateria)
Técnico de som/Mixagem/Masterização: Ronaldo Júnior (Ideal Mídia e Comunicação)
Sonoplastia: Renato Paca
Efeitos visuais/Colorização: Fagner Mendonça (FLIPS)
Câmera/Montagem/Finalização: Jefferson Rodrigo (Hollystudy)Apoio cultural:
Secretaria Estadual de Cultura de Pernambuco | Secult-PE
Lei Aldir Blanc | Edital de Criação, Fruição e Difusão LAB PE 2021