Nome utilizado pelo mesmo corresponde a um estudante de medicina da UFPE que não é ele; indivíduo disse que devolveria doações que recebeu em Pix.
O caso do homem identificado supostamente como Mateus Oliveira (idade não informada) e que comercializa doces nos semáforos de Santa Cruz do Capibaribe ganhou novos contornos nesta quinta-feira, 20 de janeiro. Após ter procurado redação do Blog do Bruno Muniz na tarde de quarta-feira (19) alegando ter sido assaltado, o mesmo passou a ser alvo de uma onda de ajuda, mas também de questionamentos.
Uma das personalidades que se prontificou a ajudar o rapaz foi Jessica Lagos, coordenadora da Juventude no município. Jessica procurou o Blog com o objetivo de encaixar o rapaz, que se dizia estudante de medicina, no Programa Bolsa Universitária, uma iniciativa do Governo Municipal que tem como objetivo ajudar os estudantes no custeio de passagens até as faculdades em Campina Grande, Belo Jardim e Caruaru.
Após o contato, a coordenadora marcou um encontro com o rapaz, cujo ele não compareceu. Além disso, ele a bloqueou no WhatsApp e no celular, o que impossibilitou que ela pudesse falar com o mesmo novamente. Tal situação acendeu um sinal de alerta e novamente em contato com a reportagem do Blog, o cenário passou a ser conjuntamente investigado.
Confira o diálogo:
Após insistentes ligações feitas ao mesmo, ele atendeu uma delas e confessou não ser estudante inscrito na UFPE, mas na verdade alguém que apenas diz ‘estudar e ter o sonho de ingressar numa instituição superior de ensino’, o que não o caracteriza de fato como um estudante de medicina propriamente dito.
A história ganhou ainda mais contornos de suspeita quando membros da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sobretudo dos coordenadores do curso de Medicina da instituição, foram acionados quanto ao caso. Neste ponto, descobriu-se que o nome ‘Mateus Oliveira’, utilizado pelo homem, de fato se trata de um estudante da instituição, mas que não é o que se apresenta nos semáforos de Santa Cruz como tal, trata-se de outro jovem que por motivos óbvios de preservação de integridade, não será completamente revelado.
Veja os relatos:
Os relatos apresentados por coordenadores e reitores deixa claro que o homem jamais esteve como aluno na instituição UFPE, tampouco é estudante de medicina. No momento é difícil inclusive afirmar se o nome dele é realmente Mateus Oliveira, ou se ele se apropriou desta identidade apenas pelo fato deste nome estar presente na lista de alunos da faculdade.
Ao tomar conhecimento que havia sido exposto mediante as informações falsas que apresentou, o homem afirmou que devolveria as doações que recebeu, algo entorno de R$ 400,00 segundo ele, e até chegou a disponibilizar o contato (81) 9 9182-9232 para quem realizou doações entrar em contato. Disse ainda se sentir arrependido pelo ocorrido e que não usaria se apresentaria mais como estudante de medicina.
É importante ressaltar que perante o artigo 307 do Código Penal, define como crime o ato de atribuir-se ou a terceiro falsa identidade para obter vantagem ou causar dano a alguém, e prevê pena de detenção de 3 meses a um ano e multa. Além disso, o ato de recolher doações com informações enganosas também pode se enquadrar no crime de estelionato, com base no artigo 171 do mesmo Código Penal.