As mulheres foram presas nessa segunda-feira (6), no município de Sumé, na Paraíba.
Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (8) sobre o caso da criança de 3 anos morta em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) afirmou que a própria mãe e sua companheira, suspeitas do crime, não mostraram “arrependimento ou remorso por tirar a vida da vítima”. As mulheres foram presas nessa segunda-feira (6), no município de Sumé, na Paraíba.
“Durante o trajeto [após serem presas] e interrogatório nenhuma das duas mostrou arrependimento ou remorso pela morte da criança, principalmente a mãe, que se apresentou muito mais fria”, declarou o delegado Bruno Machado, titular da 19ª Delegacia de Polícia de Homicídios.
A criança foi encontrada morta com sinais de agressão, indicando que teria sido submetida a tortura. De acordo com o delegado Bruno Machado, as mulheres, que confessaram o crime, afirmaram ter começado a bater na vítima no domingo (8).
“Elas acordaram domingo e iniciaram o dia fazendo o uso de maconha. Por volta das 10h, elas disseram que a criança começou a fazer ‘birra’ e então as agressões tiveram início. Segundo as suspeitas, essas agressões duravam de 15 a 20 minutos, com uma pequena pausa. Caso a vítima começasse a gritar ou chorar iniciavam novas agressões”, contou o delegado.
Ainda segundo a polícia, por volta das 14h do domingo, as duas mulheres perceberam que a criança apresentava certa dificuldade para respirar e começou a ficar da cor roxa. Nesse momento, a mãe e a companheira tentaram reanimar a vítima, mas não obtiveram êxito. Depois disso, elas fugiram do local.
“Elas pegaram as substâncias ilícitas, que possivelmente traficavam, e objetos de valor e foram vender. Conseguiram obter a quantia de R$ 800. Por volta das 20h, as suspeitas solicitaram um veículo para Santa Cruz do Capibaribe e de lá para Sumé”, ressaltou Bruno Machado.
Em um trabalho que contou com a ajuda da Polícia Civil da Paraíba, as mulheres foram localizadas em Sumé, onde foram presas.
Tortura
Apesar do laudo do Instituto Médico Legal (IML), que investiga as condições de morte da criança, ainda não ter sido divulgado, a polícia informou que o corpo da vítima mostrou que ela já vinha sofrendo espancamento em dias que antecederam o crime.
“Houve traumatismo craniano encefálico por ação contundente de natureza violenta. No corpo, há lesões recentes, como marca de mordida no queixo e chinelada na boca, que deixou a parte interna ensanguentada. No pescoço, há marcas que mostram que a criança foi esganada. Além disso, há lesões em processo de cicatrização, que podem ter sido causadas no dia anterior ou dias anteriores ao crime. Também haviam lesões já cicatrizadas”, falou.
Nas nádegas da criança foram constatados uma espécie de escamação. A princípio a polícia achou se tratar de uma queimadura, no entanto, a mãe afirmou que ela foi recorrente de várias chineladas que a criança levava na região, que provocaram uma grande bolha de sangue, que, por sua vez, havia estourado.