Cotidiano Mega da Virada sorteia prêmio milionário nesta quinta e acende esperança em pernambucanos

Mega da Virada sorteia prêmio milionário nesta quinta e acende esperança em pernambucanos


“Quem espera sempre alcança”. Foi com a paciência exigida pelo milenar ditado popular que centenas de brasileiros reservaram um período do dia ao longo da semana para fazer uma “fezinha” na Mega-Sena da Virada. Como já virou tradição, às 20h desta quinta-feira (31), último dia do ano, a loteria vai sortear o prêmio não cumulativo de R$ 300 milhões, cujo valor se vê tão cobiçado pelos apostadores de “carteirinha”, que entre desejos e sonhos compartilhados, esperam entrar em 2021 com pé direito e o bolso cheio.

Para ter-se uma noção da magnitude do montante, com R$ 300 milhões é possível custear cerca de 6.350 de carros populares, como o Fiat Uno. No caso de imóveis, seria possível comprar aproximadamente 689 apartamentos de 110 metros quadrados, com valor médio de R$ 434.830, no Pina, hoje o metro quadrado mais caro do Recife.

O funcionário público Jorge de Lima, de 59 anos, é um entre os milhares de jogadores que sonham em levar a bolada. Morador de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, ele paga aluguel, e conta como pretende fazer uso do montante caso seja premiado.

“Uma das primeiras coisas que eu vou fazer é ajudar a minha família e construir uma casa. Também é importante ser solidário e ajudar as instituições”, indicou. Projetando um futuro mais tranquilo, longe de apertos e dívidas, seu Jorge também sinalizou que guardaria parte do valor na poupança, e brincou. “É dinheiro demais, tem que ter controle emocional, senão a pessoa enfarta”.

Os rumos que vêm sendo traçados por Valquíria Félix são diferentes. Mesmo desempregada, a moça de 41 anos planeja destinar parte do dinheiro para ajudar um asilo de idosos localizado no bairro do Arruda, Zona Norte do Recife.

“Com esses 300 milhões, eu primeiramente agradeceria a Deus, daria meu dízimo à casa do senhor como já venho dando e gostaria muito de ajudar o asilo de idosos do Arruda, que está para fechar. O meu desejo seria comprar o asilo e dar para essas pessoas”, almeja, sem esquecer dos que ficaram em casa.

“Fazer um pé de meia para o futuro e tem que ter o autocontrole, porque de onde se tira que não coloca, não vai para frente. Quando a gente recebe a notícia que ganhou, é preciso esfriar a cabeça, pedir discernimento e direção para saber os próximos passos que a gente precisa dar e não sair metendo a cara e comprando, que é o que geralmente o pessoal faz”.

A descrição de Valquíria, contudo, não se aplica na prática para o professor de Educação Física, Aristófanes Nogueira, que aos 41 anos, tem outras perspectivas.

“A ideia que a gente tem é de ajudar as pessoas, mas se você for ajudar todo mundo, a pessoa acaba ficando lisa de novo”, afirma, antes de dizer, bem humorado, como projeta aproveitar a fortuna caso seja vencedor da Mega da Virada. 

“Se eu ganhar, eu não vou trabalhar nunca mais. Vou passar um ano viajando, para poder refletir no que eu vou fazer com o dinheiro. Se eu ganhar o prêmio sozinho, pretendo sair do Brasil, porque eu estou aqui desde que nasci, e não acredito em muita coisa mais. Mas também, eu iria investir pelo menos 80% do dinheiro e outra parte eu deixaria líquido para usar”, completa.

Enquanto isso, a aposentada Maria da Conceição, que já trabalhou em uma empresa de transporte como manobreira, já tem delineado na mente o destino parcial que dará ao prêmio, se for a sorteada da vez.

“Acho que se eu recebesse o prêmio, não iria ficar afobada. Iria mudar a minha vida e a da minha família. Iria comprar uma casa para os meus filhos e  abriria uma agência de transporte”.

Saindo da teoria para a prática, seu Agenor da Silva é daqueles que empregam no dia a dia o famoso dito “a esperança é a última que morre”. O aposentado, hoje com 69 anos, é apostador de loteria desde 1966, e mantém a fé que um dia a sorte baterá em sua porta.

“Primeiro, o cara tem que ganhar para saber o que vai fazer, porque é muito dinheiro. Desde os 15 anos que eu jogo, toda semana, mas nunca ganhei. Mas mantenho a esperança, se não arriscar é pior”.

Já Paulo Sérgio, que mora de aluguel junto à família, pensa em recorrer até a ajuda profissional, se for o caso, para não correr o risco de administrar mal o dinheiro.

“Tem que haver uma preparação antes de ganhar essa quantia, porque quando a pessoa ver o dinheiro já quer logo gastar. Tem muita gente que já ganhou e acabou com o dinheiro todinho ou não soube o que fazer com ele. Eu pediria ajuda de outras pessoas para poder dar certo”, e finaliza dizendo que, além de ajudar a família e comprar uma casa, vai aplicar o dinheiro para viver do investimento. 

Controle emocional como pilar da boa administração

Quase tão difícil quanto levar o prêmio milionário em uma cartada, encontrar formas de minimizar as tentações momentâneas também se mostra um processo desafiador. Não é difícil, por exemplo, ouvir histórias de pessoas que já foram premiadas, mas que não souberam lidar com os contratempos pelo caminho em decorrência da má administração das finanças, como atesta o consultor econômico financeiro e diretor do Cedepe Business School, Tiago Monteiro.

“Existem históricos de pessoas que venceram na Mega-Sena ou em outros prêmios multi-milionários que voltaram à derrocada. A gente vive numa sociedade muito ostentadora e a propensão que as pessoas tem com um dinheiro muito grande é justamente comprar bens, automóveis, viajar, fazer festa”, diz. 

Antes de dar início ao planejamento, segundo o especialista, é necessário preparar a mente para o novo.

“A primeira grande coisa quando se recebe um prêmio desse, é ter um direcionamento psicológico e emocional muito grande, e pés no chão para não tomar nenhuma decisão nos primeiros dias. É surreal imaginar essa quantia de dinheiro caindo na conta de um dia para o outro, e se a pessoa não tiver estabilidade emocional pode gerar uma série de conflitos internos com ela mesma, e o deslumbre pode minar a boa utilização desse dinheiro a longo prazo”, emenda, ao passo em que sinaliza a importância do vencedor (a) esperar ao menos 15 dias para decidir o que fará com o valor.

Por outro lado, existe uma série de investimentos que podem ser acionados para aqueles que pretendem montar um planejamento, visando utilizar de forma saudável a quantia premiada. Um exemplo de segmento pode ser encontrado no setor imobiliário, principalmente se o investimento for aplicado com o edifício ainda na planta. Outra opção, é aplicar a receita na poupança, podendo render anualmente ao aplicador cerca 5%, o que representa aproximadamente R$ 15 milhões por ano e cerca de R$ 1,2 milhão mensalmente. Fundo de investimento e aplicação em ações também são passos recomendados para quem deseja aumentar o rendimento.

“Com esse montante, também é possível contratar um financeiro pessoal, no qual você paga à pessoa através da remuneração de ganho. Ele só ganha em cima do que conseguir gerar para você, podendo ter uma equipe montada para fazer o dinheiro render”, indica. E as mudanças podem ir além do conforto e qualidade de vida.

“Existem diversas modalidades que 300 milhões podem ajudar, não é somente mudança no patamar de vida e realização de sonhos. É preciso entender que esse dinheiro pode ajudar a família por gerações e gerações e as decisões de hoje são que vão reverberar depois. Se a pessoa for descontrolada hoje,  ao longo de alguns anos pode deixar uma herança, além de não ser milionária, de dívidas muito grande para a família no médio e longo prazo. É preciso entender que se deve abrir mão de prazeres e tentações de curto prazo. O céu é o limite com um recurso desse tamanho”, concluiu.

Bruno Muniz 31 dez 2020 - 9:52m

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