Os candidatos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), como já previam as pesquisas de intenção de voto, estão no segundo turno da corrida pela prefeitura da maior cidade de Pernambuco. Mendonça Filho, que na pesquisa Ibope/JC/Rede Globo estava empatado tecnicamente com Marília, ficou a baixo da candidata, com uma diferença com quase 2,8%. Não é a primeira vez que o PSB enfrenta o PT nas urnas do Recife, em 2012 e 2016 os socialistas levaram a vitória.

A candidata do PT obteve 222.248 votos (27,95%) e, no segundo turno, seguirá sua principal estratégia de campanha, mostrar-se como legítima e maior opositora da gestão do PSB na prefeitura do Recife. Ela considerou sua passagem para o segundo turno como um recado para as pessoas que acham que o “Recife tem dono”. Prima de segundo grau do adversário, Marília diz que política não é assunto de família e que o considera como qualquer outro adversário.

“O que está em jogo é o futuro do Recife, a continuidade da gestão que não dá certo, ou o projeto popular que priorize as pessoas de verdade”, disparou.

João Campos, candidato que promete dá continuidade à gestão do prefeito Geraldo Júlio (PSB), atingiu a primeira posição com 233.028 votos (29,17%). Ao lado de sua candidata a vice-prefeita e sua comitiva, Campos comemorou o primeiro lugar na votação e o acesso ao segundo turno.

Durante o primeiro turno, adotou uma posição mais propositiva e sem ataques à adversários, porém deverá adotar uma postura mais crítica em relação à Marília. Campos cravou que o Recife “não vai andar para trás”, em analogia ao período em que a capital foi governada pelo PT.

“Ninguém falou mais de futuro e apresentou mais caminhos para gente avançar nessa eleição do que nossa candidatura. O Recife conhece sim o que o PT e suas arengas fizeram em nossa cidade, e ele não vai retroceder”, disse o socialista.

O ex-governador de Pernambuco e ex-ministro da educação Mendonça Filho ficou fora da disputa ao não poder mais ultrapassar Marília. O candidato obteve 200.551 votos (25,11%). É a segunda vez que ele concorre às eleições para prefeito do Recife. A primeira foi em 2008, quando ficou em segundo lugar contra João da Costa (PT). E em 2012, quando o candidato só recebeu 10% dos votos válidos. Mendonça ainda tentou se eleger governador em 2006 e senador em 2018, porém sem sucesso. O agora ex-candidato disse que não apoiará nem o PT, nem o PSB no segundo turno.

A quarta candidata, que chegou a empatar com Marília e Mendonça nas pesquisas eleitorais, Delegada Patrícia recebeu 112.296 votos (14%). A candidata viu sua candidatura cair após receber publicamente o apoio do presidente Jair Bolsonaro, na reta final da campanha. A delegada não apoiará ninguém no segundo turno.

Os outros candidatos receberam menos de 15 mil votos cada um.