Consumo de alimentos ultraprocessados cresce na pandemia
Um estudo do Datafolha encomendado pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que, na pandemia, o consumo alimentos ultraprocessados pelos brasileiros aumentou. Em 2019, o consumo desses produtos de pessoas entre 45 a 55 anos era de 9%, enquanto em junho desse ano saltou para 16%.
Salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados foram os produtos campeões de consumo em comparação aos números do ano passado. O segundo lugar no ranking ficou para margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados, cujo consumo subiu de 50% para 54% em 2020.
O levantamento foi feito durante a pandemia abordou pessoas entre 18 e 55 anos pertencentes a todas as classes sociais e de todas as regiões do Brasil.
Segundo a nutricionista do Idec Ana Paula Bortoletto, ouvida pela Agência Brasil, um dos fatos que influenciou nesse aumento foi o aumento de preços dos alimentos saudáveis.
“Ao mesmo tempo houve uma redução do acesso, da facilidade e da competitividade dos alimentos mais saudáveis, inclusive até em relação ao preço, o que a gente tem visto é aumento de preço de alimentos que são considerados saudáveis, como arroz e feijão”, disse.
O estudo ainda revelou que o consumo de pelo menos uma fruta diminuiu nos municípios do interior, de 68% para 62%. Além disso, na região Nordeste, o percentual de pessoas que consume pelo menos uma fruta caiu de 72% para 64% em um ano.
Pesquisas da área da saúde divulgadas este ano concluem que o consumo de ultraprocessados aumenta em 26% o risco de obesidade. Além disso, eleva o risco de sobrepeso e de aumento da circunferência abdominal elevada de 23% a 34%, de síndrome metabólica em 79%, de dislipidemia em 102%, de doenças cardiovasculares em 29% a 34% e da mortalidade por todas as causas em 25%.
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