Este ano a eleição no município de Santa Cruz do Capibaribe contou com contornos inesperados. Para muitos eleitores a abertura das urnas foi resposta para muitas situações que ocorreram ao longo de toda a pré-campanha e campanha. Elenco aqui cinco lições que certamente este pleito deixará na história do município.
Não subestime os seus adversários
Tido como um grande articulador político, o atual prefeito Edson Vieira (PSDB) cometeu sucessivos erros que culminaram não apenas na derrota, mas no amargo último lugar de seu grupo nas eleições municipais. Por diversos momentos o atual grupo situacionista subestimou não apenas Fábio Aragão (PP), mas o próprio Allan Carneiro (PSD) que mais tarde desbancaria o grupo denominado Boca Preta.
Gente na rua não resume uma campanha
Sendo o grupo político que mais pessoas colocou nas ruas na maioria dos eventos, o tradicional elenco situacionista liderado pelo prefeito Edson confiou na força de suas movimentações que aglomeravam milhares de pessoas. Na maioria dos eventos Dida e Fábio Aragão contavam com os maiores públicos se comparados fossem aos eventos realizados por Allan Carneiro. Nas urnas, o resultado foi outro.
A população está mais conectada
A população nunca esteve tão conectada. WhatsApp, Facebook, Instagram e tantas outras redes sociais tornam a informação rápida e muitas vezes irreversível na formação de conceitos. E, população mais conectada é sinônimo de população mais informada, apesar das muitas Fake News. As campanhas de rua continuam, mas é visível que a internet assumiu o seu papel de protagonismo pela comodidade, rapidez e acessibilidade.
O povo quer renovação, mudança e está impaciente
As mudanças nas câmaras municipais e nas prefeituras da região mostram que as pessoas estão cada vez mais buscando renovação, buscando mudar as peças do tabuleiro. A população tende a não mais querer que determinados políticos se perpetuem no poder e retirá-los para muitos se tornou uma prioridade. Para se ter uma ideia, em Santa Cruz do Capibaribe, Allan Carneiro e Fábio Aragão tiveram juntos 32.477 votos contra o candidato da atual gestão que teve 14.840. A soma exibe um cenário em que maioria esmagadora das pessoas estava disposta a retirar do poder a atual gestão, mesmo que um dos dois primeiros colocados não tivesse lançado candidatura.
A classe política precisa se reinventar
O que foi visto nessa campanha ainda se assemelha muito a campanhas antigas. Quem se recusa a discutir a cidade, a debater, pode sofrer as consequências. O aprendizado para muitos é que agora, mais do que nunca, a população está esperando políticos comprometidos e realmente compromissados. Quem não atuar em conformidade com este querer, não se renovar, não se reinventar, certamente não terá um segundo mandato.
Lição bônus
Ao ver uma pesquisa, questione-se.
Por Bruno Muniz