Nesta quinta-feira (30), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Coffe Break que tem como objetivo a investigação de contratações que beiram a casa dos R$ 40 milhões nos últimos 10 anos. Esses valores seriam provenientes da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) que através de contratos celebrados com pelo menos quatro empresas beneficiou um grupo de pessoas.
A operação é desdobramento da também operação “Casa de Papel”, comandada pela Delegacia de Combate a Corrupção e Desvio de Recursos Públicos, essa nova fase apura o envolvimento de um servidor comissionado da Alepe, João Pedro Ferreira Belo Dalmas, membro da comissão de pregoeiros e lotado no Superintendência de Planejamento e Gestão (SUPLAG), setor responsável pelos pagamentos da Casa. Ele teria pedido propina para favorecer as empresas para serem contratadas nas dispensas de licitação. A solicitação de vantagem indevida teria sido feita através de um convite para tomar café, o que originou o nome da operação.
O servidor João Pedro participaria de um esquema encabeçado pelo empresário Sebastião Figueroa Siqueira. Os mesmos estão sendo indiciados pelos crimes de corrupção e dispensa indevida de licitação. A Polícia Federal destacou que o esquema teria forte relação com a Alepe, porém que nenhum deputado está sendo investigado na operação.
O empresário Sebastião possui ainda familiares exercendo cargos nos gabinetes de pelo menos três deputados, sendo um no de Wanderson Florêncio (PSC), um no de Roberta Arraes (PP) e outro no de Joel da Harpa (PP). Embora haja este vínculo familiar, a PF reforçou que nenhum dos parlamentares entrou como investigado nos esquemas ilícitos.
No to de cumprir os mandados de busca e apreensão na operação Casa de Papel, a Polícia Federal apontou que vários cartões de abastecimento de viaturas em poder de membros da organização criminosa foram encontrados durante as buscas.
“Por fim, ao analisarmos o celular do Sebastião Figueroa, constatamos diversos diálogos entre eles e funcionários da Assembleia. Dentre esses funcionários chamou a atenção da gente dois funcionários especificamente que demonstraram ter uma certa intimidade com a pessoa que se atribui ser o líder da organização criminosa e esses servidores, que atuavam na área de contratos”, afirmou a delegada Andréa Pinho em coletiva de imprensa.
A 13ª Vara Federal do Recife expediu 10 mandados de busca e apreensão e determinou o afastamento temporário do servidor das suas funções de pregoeiro e de qualquer envolvimento com licitações e execução de contratos.