Cerca de 1.564.170 quilos de óleo já foram retirados de 47 praias e oito rios atingidos em Pernambuco, segundo dados do último boletim publicado pelo governo do Estado. Apesar do baixo registro do aparecimento de novas manchas no litoral pernambucano, , nos últimos dias, ainda há forças-tarefa mobilizadas na remoção dos resíduos de petróleo nas praias e nos estuários dos rios.
Nesta quarta (30), o aparecimento das manchas no Nordeste completou dois meses - Foto:Anderson Stevens |
Segundo informações, mais de 400 pessoas de órgãos e secretarias do governo do Estado e 90 presos reeducandos estão mobilizados no trabalho de remoção, mais de três mil metros de bairreiras de contenção foram instalados nas praias e em rios e um efetivo de dois helicópteros, 49 viaturas (do Governo estadual e das Forças Armadas), dez barcos da Marinha e do Governo de Pernambuco fazem parte da força tarefa de remoção do óleo.
Entre os municípios afetados estão Cabo de Santo Agostinho, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Tamandaré, Rio Formoso, Paulista, Recife, Olinda entre outros. Todo o óleo recolhidos está sendo entregue ao Centro de Tratamento de Resíduos Pernambuco, no Grande Recife.
Manchas atingiram a Praia dos Caneiros em 17 de Outubro, porém com mobilização de voluntários a praia foi limpa - Foto: Conteúdo/Estadão |
Ainda segundo o governo, foram entregues 31 mil máscaras, 23 mil pares de luvas, 6 mil pares de botas, 13 mil sacos plásticos e continua a distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos voluntários.
Impactos Sociais e Econômicos
Na última quarta (30), foi realizada na Assembleia Legislativa do Estado, uma audiência pública destinada a ouvir os pescadores e comerciantes afetados pelo desastre ambiental. Um dos pedidos e protestos feitos na sessão foi da pescadora Valéria Maria de Alcântara, moradora do Engenho Tiriri, em Cabo de Santo Agostinho.
Minha família vem de gerações de pescadores. Estamos em nossas canoas tirando óleo do mangue e não vou poder pagar a escola da minha filha no próximo mês” disse.
Audiência Pública voltada às consequências econômicas e sociais do desastre - Foto: Roberta Guimarães/ALEPE |
O debate foi realizado pelas Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico. Esteve presentes na audiência, representantes de ONGs como a Onda Limpa e o Greenpeace. Segundo o diretor da Onda Limpa, ele próprio está sofrendo de insuficiência respiratória após 13 dias de exposição ao material tóxico e que outros milhares de voluntários também sofrem indícios de intoxicação. Na audiência, o aumento de medidas emergenciais e econômicas do parte do Governo Federal também foram cobrados na sessão.
“Ouvimos que de 10 mil pescadores afetados no Estado, só 400 receberiam a antecipação do seguro-defeso. Como ficam os outros 9,6 mil?”, questionou a deputada Alessandra Vieira (PSDB).
Também participaram do encontro a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE),
Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), Defensoria Pública do Estado (DPE-PE), Defesa Civil estadual, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Pastorais de instituições religiosas, entre outras instituições.