Alcymar Monteiro recebe título de cidadão santa-cruzense no Palco Principal - Foto/Divulgação |
Saudações nobres amigos leitores. Estou eu aqui de volta para tratar de assunto um tanto delicado, os títulos de cidadão santa-cruzense concedidos a figurões da música regional durante o São João da Moda deste ano (2015). Em primeira instancia, gostaria de salientar que, em nada pesa a minha consciência em relação a personalidade dos senhores vereadores que instituíram os títulos para com os artistas da cultura popular nordestina.
Todavia, ressalto também que o significado ponderante que possui um título de cidadão para um município. Cidadania honraria é o maior título que pode ser concedido a uma pessoa que tem serviços prestados pela população de uma determinada cidade, bem como a cidade em si. O maior requisito para um recebedor de título de cidadão é o fato de que, as suas ações tenham contribuído para o crescimento ou desenvolvimento da dita população e município em questão.
Bem, em tese tudo é bem simples, mas, os títulos de cidadão ofertados em Santa Cruz do Capibaribe bos últimos dias, o que eles representam?
Esta semana, foram agraciados com o título os músicos Santanna ''O Cantador'' e Alcymar Monteiro. Santanna teria sido gerente do extinto banco BANDEPE, e por isso, teria ajudado um seleto público na capital da moda naquela época. Até então, uma proposta interessante para quem se beneficiou de sua bondade, neste caso o título foi instituído pelos vereadores Klemerson Pipoca (PMN) e Dida de Nan (PSDB). No caso de Alcymar, com o título instituído pelos vereadores Zé Minhoca (PSDB) e Klemerson Pipoca, novamente, a honraria teria sido feita por conta de suas raízes familiares no município.
De forma direta e sem meias palavras, títulos de cidadão não são oferecidos à pessoas por motivos de raízes tradicionais ou culturais, este não é o motivo mais especifico para que um artista, seja ele renomado ou não, receber a honoraria máxima municipal. O artista Alcymar Monteiro é sim, um grande defensor da cultura nordestina, mas o título de cidadão não pode ser banalizado desta maneira, é necessário ser concedido sim, mas com os requisitos básicos de bom senso, ou ao menos respeito para aqueles que receberam a homenagem merecidamente.
Acredito ainda que deveria haver um conselho formado por membros da sociedade civil organizada para que todos os títulos aprovados ou solicitados pelos legisladores da Câmara passassem pelos olhares mais minuciosos de um diferenciado. O título não pode se transformar em uma ferramenta política ou de promoção pessoal.
A partir do momento que algo é colocado pelo poder público como rotineiro, de maneira que qualquer pessoa está apto a recebe-lo, o mesmo perde o seu sentido moral institucional, e para a população torna-se irrelevante, sem valor ou representatividade.
Por: Bruno Muniz